Deus Est
O
universo é matéria e energia ordenados de maneira harmônica. Toda matéria não
existiria por si só da mesma forma a energia, pois carecem de uma fonte.
Atribuir o existir ao nada, ao acaso...representa ignorar que houve
um motor primeiro, ideia já proposta por Aristóteles.
Porém
muitos insistem em afirmar a inexistência do Criador para
afirmar estupidamente que o “nada” é o verdadeiro criador. Uma ideia
contraditória não é mesmo? Tal afirmação visa negar a existência do criador
absoluto, isto são reflexos de uma cultura que busca ser autônoma,
autossuficiente e descompromissados. Ignorar que há um ser absoluto e que todas
as coisas criadas por ele algum dia retornarão a ele como curso natural de sua
finitude é um mecanismo de defesa humano para tentar sobrepor-se às suas
limitações. É não aceitar-se como
necessitado de amparo...fraco, finito e incapaz de tudo conhecer, experimentar
e dominar, portanto não autor de tudo, sendo assim mero coadjuvante dentro do
espetáculo da criação.
A incapacidade de perceber o criador
se dá em virtude da ingênua petulância de querer assumir as rédeas da criação.
No entanto o verdadeiro autor da vida e criador de tudo, infundiu em todas as
suas criaturas lampejos de sua grandeza, garantindo à elas cores, formas e belezas
singulares que nem mesmo um artista dotado de especial habilidade ousaria quiçá
oniricamente criar.
Desta
forma o criador quis fazer-se conhecido, tornou-se criatura de si mesmo,
experimentando a limitação humana e ao mesmo tempo reafirmando a íntima ligação
do criador com sua criatura, elevando-a aos patamares celestes fazendo dela
“pouco menor que um Deus”.
Tal
percepção teria sido responsável por fazer o homem reclamar seu “direito” de
criador? De negar sua limitação?
A
liberdade garantida ao homem, doada por Deus, permite que ele escolha negar o
próprio criador e dele se afastar. Como criatura de Deus somos impelidos a
voltar para Ele, como riachos que correm ao mar, porém podemos desviar o curso
e escolhermos assim não participar de toda a vasta realidade divina.
Por
tanto quando o ser humano busca a felicidade, que não pode ser entendida como
ausência de insucessos, e sim como ferramentas para aumentar sua humanidade,
quando decidimos vencer vícios que nos forçam a viver de maneira intimista,
quando escolhemos não viver de momentos, mas sim de atitudes edificantes e
perenes, quando evitamos as comodidades, quando assumimos quem somos com nossas
riquezas e misérias e não nos escondemos atrás dos pilares sociais (prestígio,
dinheiro, aparência etc...) marchamos rumo ao criador, pois livres das coisas
mesquinhas experimentamos a plenitude da condição humana, como outrora
disseram: “ELE é tão humano, que só poderia ser Deus” (BOFF).
Portanto
quanto mais elevamos nossa humanidade mais próximos de Deus estamos e a ele nos
configuramos. Deus existe, e a prova desta existência é a própria humanidade
que insatisfeita com sua limitação busca aperfeiçoar-se.
N. Max de Oliveira Faria
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