segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Senhor a quem iremos? Só tu tens Palavras de Vida eterna (Jo 6, 60-69)


Deus Est
O universo é matéria e energia ordenados de maneira harmônica. Toda matéria não existiria por si só da mesma forma a energia, pois carecem de uma fonte. Atribuir o existir ao nada, ao acaso...representa ignorar que houve um motor primeiro, ideia já proposta por Aristóteles.
Porém muitos insistem em afirmar a inexistência do Criador para afirmar estupidamente que o “nada” é o verdadeiro criador. Uma ideia contraditória não é mesmo? Tal afirmação visa negar a existência do criador absoluto, isto são reflexos de uma cultura que busca ser autônoma, autossuficiente e descompromissados. Ignorar que há um ser absoluto e que todas as coisas criadas por ele algum dia retornarão a ele como curso natural de sua finitude é um mecanismo de defesa humano para tentar sobrepor-se às suas limitações.  É não aceitar-se como necessitado de amparo...fraco, finito e incapaz de tudo conhecer, experimentar e dominar, portanto não autor de tudo, sendo assim mero coadjuvante dentro do espetáculo da criação.
            A incapacidade de perceber o criador se dá em virtude da ingênua petulância de querer assumir as rédeas da criação. No entanto o verdadeiro autor da vida e criador de tudo, infundiu em todas as suas criaturas lampejos de sua grandeza, garantindo à elas cores, formas e belezas singulares que nem mesmo um artista dotado de especial habilidade ousaria quiçá oniricamente criar.
Desta forma o criador quis fazer-se conhecido, tornou-se criatura de si mesmo, experimentando a limitação humana e ao mesmo tempo reafirmando a íntima ligação do criador com sua criatura, elevando-a aos patamares celestes fazendo dela “pouco menor que um Deus”. 
Tal percepção teria sido responsável por fazer o homem reclamar seu “direito” de criador? De negar sua limitação?
A liberdade garantida ao homem, doada por Deus, permite que ele escolha negar o próprio criador e dele se afastar. Como criatura de Deus somos impelidos a voltar para Ele, como riachos que correm ao mar, porém podemos desviar o curso e escolhermos assim não participar de toda a vasta realidade divina.
Por tanto quando o ser humano busca a felicidade, que não pode ser entendida como ausência de insucessos, e sim como ferramentas para aumentar sua humanidade, quando decidimos vencer vícios que nos forçam a viver de maneira intimista, quando escolhemos não viver de momentos, mas sim de atitudes edificantes e perenes, quando evitamos as comodidades, quando assumimos quem somos com nossas riquezas e misérias e não nos escondemos atrás dos pilares sociais (prestígio, dinheiro, aparência etc...) marchamos rumo ao criador, pois livres das coisas mesquinhas experimentamos a plenitude da condição humana, como outrora disseram: “ELE é tão humano, que só poderia ser Deus” (BOFF).
Portanto quanto mais elevamos nossa humanidade mais próximos de Deus estamos e a ele nos configuramos. Deus existe, e a prova desta existência é a própria humanidade que insatisfeita com sua limitação busca aperfeiçoar-se.
N. Max de Oliveira Faria
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