Ainda de acordo com o padre, “Estamos vivendo um tempo em
que os jovens estão num processo de interatividade e instantaneidade. Falar de
forma linear e filosófica para os adolescentes desta época é não falar a mesma
linguagem deles. Porém, quando se fala em uma linguagem virtual eles
compreendem”. As novas tecnologias não estão separadas do corpo destes novos
usuários, e sim os complementa, afirma o padre.
Segundo padre Gildásio, é preciso compreender a multitarefa
na qual estes jovens estão inseridos. Atender ao telefone, jantar e ler faz
parte da realidade destes usuários tecnológicos. “Muitos dizem que eles não são
amorosos e que são muito individuais, isso é mentira; eles são afetivos e
procuram integração e abertura,” diz padre Mendes. O problema é que a vida comunitária
não está adaptada para as realidades destes novos indivíduos sociais, virtuais.
Pois a concepção que estes jovens têm de comunicação é uma comunicação de igual
para igual e não hierárquica.
As novas mídias contemplam acima de tudo quem comunica. Os
religiosos que habitam as redes são os mesmos que habitam os ambientes
tradicionais. Por isso, evangelizar nos espaços midiáticos implica em ser e
testemunhar com verdade e coerência a capacidade de amar, de acolher, de
estabelecer confiança para fazer o caminho da descoberta de Jesus Cristo. Se os
jovens não estão na igreja é porque eles não compreendem a linguagem.
O mundo virtual é um passo para contemplação, pois envolve o
silêncio, atenção, interatividade, beleza e a arte. Quem souber fazer isso despertará
no coração dos jovens o desejo para a vida comunitária. Cabe a nós religiosos e
religiosas responder a uma pergunta mágica, onde está o objeto do nosso desejo?
Uma vez que a juventude de hoje crê nos valores vividos, percebidos. O que é
autêntico eles veem. As congregações que souberem fazer isso terão muitas
vocações, sentencia o padre.
Fonte: CRBNACIONAL
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